Com
sobrevivência do inseto polinizador em risco, santuário de girassóis em Oaxaca tem
grande importância para o meio ambiente
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Foto: Flor Hernández |
O amarelo dos girassóis ilumina o campo do Sr. Jorge Pérez Merlin, um
agricultor com mais de 60 anos que deu uma volta de 180 graus à tradição
camponesa da região sul do México, para recuperar a produtividade de sua terra
e restaurar a população de abelhas.
Até o ano passado, seu lote era inteiramente destinado ao milharal, mas
a falta de produtividade e o desgaste do solo o levaram a variar sua colheita.
E assim as flores amarelas que medem mais de um metro e meio, e que são
incomuns em Oaxaca, chegaram à sua terra.
Os girassóis dão as costas para o sol que está prestes a se esconder, e
se movem com o vento que esfria a tarde. Dentro da plantação, um grupo de
pessoas faz uma sessão de fotos, enquanto as crianças correm entre as flores.
Com um sorriso no rosto, o Sr. Jorge recebe visitantes, permitindo que
eles tirem fotos e passem pelo campo sem nenhum custo. Pagam apenas pelos
girassóis, 10 pesos por cada.
"Também
trabalhamos com abelhas e sabemos o quanto elas são importantes, por isso
decidimos nos apoiar nesse plantio, porque elas gostam muito de pólen e
produzem mais mel, o que é importante para nós", diz o agricultor.
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Foto: Flor Hernández |
Santuário de Girassóis
Ameaçadas por pesticidas,
agricultura intensiva e os efeitos das mudanças climáticas, as abelhas
encontraram na plantação de girassóis de Oaxaca um possível salva-vidas. Cerca
de 200.000 plantas estão mudando a paisagem dos campos afetados pela seca, para
o benefício dos insetos, vitais para a vida no planeta por seu trabalho como
polinizadores.
A população de abelhas caiu na
área porque elas vão, inocentemente, para uma safra de milho e pimentão, na
qual aplicaram pesticidas. Acabam morrendo no local ou retornam à colméia e a
contaminam, explicou Ricardo González, agrônomo da Universidade de Chapingo. As
colmeias contaminadas acabam sendo abandonadas porque as outras abelhas
detectam o aroma do pesticida.
A Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertou sobre o declínio global das
populações de abelhas e os efeitos que esse fenômeno tem sobre a segurança
alimentar, uma vez que a grande maioria dos produtos agrícolas depende de polinizadores
como elas.
O campo onde a vida floresce é
um projeto de agroturismo que nasceu como teste piloto em 2019 por 80
agricultores que fazem parte da Sociedade Integrativa do Agronegócio de Rio
Verde e que, em 2020, organizou pela primeira vez a Feira Estadual do Girassol.
Os turistas foram aparecendo,
aprendendo sobre a importância das abelhas para o meio ambiente. Além dos
girassóis, as pessoas podem comprar o óleo da planta, mel e outros produtos. O
dinheiro arrecadado retorna para a produção e ainda ajuda na renda mensal dos agricultores.
Um trabalho louvável, necessário
não só para os envolvidos. Espera-se que esse ciclo de proteção das espécies e
da produção de mel seja mantido, até que o equilíbrio do ecossistema seja
restaurado.
Fonte: Newsweek México e AztecaAmerica
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