Religiões do mundo se reúnem na Alemanha pela paz

Cerca de 900 cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus e outros representantes religiosos de mais de 100 países se reuniram em Lindau, na Alemanha, de 20 a 23 de agosto, para a 10ª Assembléia Mundial da organização "Religiões pela Paz". Trata-se da maior reunião inter-religiosa do mundo.

A líder indígena Sonia Guajajara esteve presente no evento falando sobre a situação dos povos nativos do Brasil e chamando todo tipo de fé do mundo para a proteção do meio ambiente e da causa indígena.

No final da reunião, a Aliança das Comunidades Religiosas emitiu uma declaração conjunta, onde os atores das Religiões pela Paz se comprometem a se envolver mais na abolição das armas nucleares. "Está na hora: somos chamados à ação imediata", diz o comunicado.

A proteção ambiental também desempenha um papel importante. "Nos comprometemos a tomar medidas imediatas contra a crise climática", escrevem os representantes religiosos.

Eles querem conscientizar as comunidades sobre as conseqüências devastadoras da derrubada de florestas tropicais e do envenenamento dos mares.



Representantes religiosos de mais de 100 países discutem soluções para os conflitos atuais

Objetivos das Religiões para a Paz

O objetivo da conferência, que é realizada aproximadamente a cada cinco anos, é reunir líderes religiosos em bases neutras, longe do governo e dos bispados, e discutir como resolver os conflitos e crises atuais em todo o mundo.

Mulheres contra a discriminação

Além da proteção climática e ambiental, a conferência, apoiada financeiramente pelo Ministério Federal das Relações Exteriores, também tratou do papel das mulheres no diálogo de paz.

Em um painel de discussão, a política tunisina Mehrezia Labidi-Maiza enfatizou que as mulheres são particularmente adequadas para proteger minorias, porque têm uma sensibilidade à discriminação, vinda da experiência em sociedades dominadas por homens.

Aprendendo a conhecer apenas a violência como solução

Também esteve presente para uma conferência de paz a ativista dos direitos da mulher Ela Ghandi, neta de Mahatma Gandhi. Ela denunciou a violência contra as mulheres na África do Sul e lembrou que os homens foram levados à violência. "Embora seja proibido bater em crianças, isso acontece constantemente. Mais tarde, os meninos foram convocados para o serviço militar e aprenderam a matar. Como solução para os conflitos, eles só se conscientizaram da violência".

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, abriu a conferência alertando contra o abuso de religião para fins políticos: "A religião nunca deve ser a justificativa do ódio e da violência". Para o mandatário, nenhuma guerra deve ser travada em nome da religião. Em vez disso, Steinmeier pediu o uso das religiões como "ferramentas de paz". "Os líderes religiosos devem se dedicar ao trabalho pela paz, coesão social e desenvolvimento global sustentável".



Escultura Anel pela Paz
Foto: Christian Flemming/Rings For Peace











Religiões pela paz

A organização foi fundada em 1961 em resposta à Segunda Guerra Mundial e à ameaça nuclear na Guerra Fria. Desde 1973, a Aliança é registrada pelas Nações Unidas como uma organização não governamental. A rede global mediou inúmeros conflitos, inclusive na Bósnia-Herzegovina, Ruanda, Congo, Iraque e Síria. A aliança inter-religiosa também atua após desastres naturais, como, por exemplo, no Haiti, Nepal e Japão, para auxiliar as pessoas afetadas.

Com informações do SWR https://www.swr.de/


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